Para ler no PÚBLICO, a opinião de Javier Solana e de Ángel Saz-Carranza: "Este mês, a Agência Internacional de Energia publicará o seu relatório anual e de referência internacional, o World Energy Outlook, que confirmará que nós não estamos no caminho certo para a redução do aquecimento global. Se a tendência actual da produção energética continuar, a média da temperatura terrestre será 2ºC mais elevada em 2100 do que aquela que era em 1990, causando danos irreversíveis para o planeta e nas condições da vida humana." (artigo integral)
No Ecosfera do Jornal Público: "Restam apenas cinco anos para o mundo evitar alterações climáticas perigosas e irreversíveis, diz a Agência Internacional de Energia (AIE), que pede mudanças urgentes na forma como se usa a energia.“Estou muito preocupado”, disse o principal economista da AIE, o turco Fatih Birol, ao jornal “The Guardian”. Hoje, a agência divulgou em Londres o seu “World Energy Outlook 2011” com a evolução do sistema energético para os próximos 25 anos. “Se não alterarmos agora a forma como usamos a energia, acabaremos para lá daquilo que os cientistas dizem ser o mínimo [de segurança]. A porta fechar-se-á para sempre”, acrescentou." (artigo integral)
Verão ameno, crise, e anúncio do aumento do IVA reduzem consumo
No que respeita à análise de meses homólogos, em Julho e Agosto de 2011 registou-se uma redução de consumo de 5,2% face aos mesmos meses de 2010. Já o consumo entre os períodos homólogos de Janeiro a Setembro de 2011 e 2010 apresenta uma redução de 2,4%. A Quercus considera que esta redução substancial se deveu à crise económica, aliada a um Verão menos quente e com menores necessidades de climatização que 2010. Outro factor adjuvante terá sido o anúncio, já em Agosto passado, do aumento generalizado dos preços que pode ter estado na origem de comportamentos de poupança. Note-se que este valor de 9 meses é inferior à redução do produto interno bruto (PIB) prevista pelo Banco Portugal para 2011, o que significa uma melhoria ligeira da intensidade energética na componente electricidade.
Menos renováveis, mais emissões, menos importação
O ano hidrológico de 2010/2011 que terminou a 30 de Setembro, foi um ano médio do ponto de vista da produção de hidroelectricidade, bem abaixo do ano hidrológico 2009/2010, em que a produtibilidade hidroeléctrica foi 32% mais elevada que o normal. Tendo por base o período de 9 meses entre Janeiro e Setembro de 2011, a produtibilidade eólica foi praticamente igual à média, inferior também à do período homólogo, 9% mais elevada que este ano. Ainda assim, neste mesmo período, o peso de fontes renováveis na produção de electricidade desceu de 54,2% para 47,3%, sendo que a Quercus considera que este último valor é ainda bastante significativo. Portugal conseguiu também reduzir o seu saldo importador em cerca de 12%.
O menor peso das renováveis e o maior recurso à produção (mais 1799 GWh) através das duas centrais térmicas a carvão (Sines e Pego) em Portugal, conduziu a um aumento global de emissões de dióxido de carbono nos primeiros nove meses deste ano, estimado pela Quercus em quase dois milhões de toneladas, sendo 1,6 milhões de toneladas da responsabilidade das duas centrais referidas. Este valor, apesar de elevado, não deverá conduzir a uma ultrapassagem dos limites fixados para Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto, tendo em conta as reduções globais de emissões conseguidas em 2009, 2010 e também em 2011 noutros sectores.
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Outubro 2011