Em cima da mesa dos Ministros estão quatro opções. A Opção 1 assume a continuação de Quioto e o desenvolvimento de um protocolo ou instrumento juridicamente vinculativo no quadro da Convenção com base no Plano de Acção de Bali e dos Acordos de Canún, com negociações a partir de 2012 e a ser concretizado até 2015. No outro extremo, a opção 4 é não fazer nada. Mas as opções 2 e 3 também não servem aquilo que o clima exige – baseiam-se em mais diálogo e decisões eventuais tardias.
No entanto, os EUA, a Índia e China opõem-se a esta opção 1. Como é assim possível compatibilizar o amor da Índia e da China ao Protocolo de Quioto e sua devoção a um segundo compromisso período, com esta rejeição?
Há muito tempo que os ambientalistas defendem um profundo respeito por um sistema baseado em responsabilidades comuns mas diferenciadas e respectivas capacidades. Se as Partes querem levar realmente a um segundo período de compromisso de Quioto devem também construtivamente envolver-se para garantir um mandato em Durban, que construa um acordo global.
Entretanto há já uma nova versão de um dos textos fundamentais, o do chamado Grupo de Trabalho Ad-hoc de Cooepração de Longo Prazo (AWG-LCA) (http://unfccc.int/resource/docs/2011/awglca14/eng/crp38.pdf)
As emissões globais de CO2 fizeram uma inversão completa após a recessão de 2009, crescendo mais de 5% em 2010, de acordo com um relatório publicado na passada semana pela Agência de Protecção Ambiental da Holanda. Trata-se do maior aumento global nas últimas duas décadas e só alimenta a crise climática (isto sem contabilizar a mudança do uso do solo).
As emissões de CO2 atingiram 33 mil milhões de toneladas, um aumento de 45% desde 1990, impulsionado principalmente devido a um aumento de 7,6% no consumo de carvão.
Isso significa que o mundo agora usa carvão para um terço de sua procura de energia - a mais alta partes desde 1970. O uso de outros combustíveis fósseis subiram também, com o consumo de gás natural a aumentar em 7% e o consumo de petróleo saltando 3%. Este aumento ocorre principalmente nos países em desenvolvimento, para legitimamente alcançarem padrões de vida mais decente. Preocupante à escala global é o facto da China ter atingido 6,8 toneladas de emissões de CO2 per capita, nível este quase igual a um país desenvolvido como Portugal.
É verdade que a China pelo 6º ano consecutivo duplicou a sua capacidade no que à energia eólica e solar diz respeito, enquanto os países desenvolvidos não o têm feito. Grande parte destas emissões correspondem também à produção de bens que são consumidos pelos países mais ricos. Este cenário é mais um alerta para todos os países subscreverem um compromisso global em relação às alterações climáticas.
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Outubro 2011