O Brasil ganhou hoje o 1 º lugar no Fóssil do Dia!
À medida que o mundo assiste atónito pela falta de urgência nas negociações em Durban na busca de uma solução global para uma ameaça global, alguns países são capazes de um nível de cinismo e desprezo pelas consequências das suas acções que nos deixam perplexos. Desta vez é o Brasil. Sim, o Brasil mesmo país que sediou a Cimeira da Terra em 1992, que deu origem à Convenção do Clima e depois ao Protocolo de Quioto. O mesmo país que vai sediar a Rio +20 reunião no próximo ano.
Se a nova lei da floresta brasileira, que agora a ir para o Congresso brasileiro, for aprovada como está, será um desastre para as florestas brasileiras, para o clima, para os povos indígenas na Amazónia e em outros lugares, para a preservação da biodiversidade e inestimáveis serviços ambientais. O que é que o Brasil veio aqui a Durban pedir, se volta para casa e a nova lei cria as oportunidades para um aumento nas emissões de gases de efeito estufa totais do Brasil muitas vezes superior?
Na verdade, o impacto negativo da nova lei já começou e a lei ainda não foi sequer aprovada na Câmara e no Senado.
Quando o Ministério do Ambiente anunciou esta semana que a nova lei ajudará o Brasil a cumprir a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa, as associações de ambiente não vêem outra alternativa que não seja a de presentear o Brasil com o prémio mais notório, atribuído diariamente aos países que causam um maior prejuízo aos trabalhos de negociação na conferência - o fóssil do dia.
Aparentemente, a Ministra do Ambiente tem "atrasada" a sua viagem para Durban por causa das negociações da lei da floresta no Congresso. Os ambientalistas aguardam ansiosamente a Ministra para receber este prémio e explicar ao mundo como o corte de árvores reduz as emissões de gases de efeito estufa.
Páginas oficiais
UNFCCC
IPCC
Campanhas
350.org
Civil Society Committee for COP17
Blogues
Outubro 2011